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terça-feira, 2 de junho de 2009

Caminhada na Praia: Metáfora da Vida?

Há algum tempo observo que, caminhando na praia, sempre que alguém comigo emparelha, tendo a diminuir meu ritmo, ansiosa para que aquele parceiro indesejado logo se adiante e eu possa acelerar novamente meu passo.
Outro dia, em meio a minha caminhada, percebi que, ao emparelhar com moça mais nova e preparada para a atividade do que eu, ela, a moça, apressou desproporcionalmente o passo, de maneira até brusca, como se assustada por haver corrido o risco de se ver ultrapassada por uma senhora como eu.
Claro que poderia ser uma simples impressão essa que tive, não tivesse tido a oportunidade de ver a cena se repetir, no dia seguinte, quando um rapaz emparelhou com a mesma moça.
Daí foi que fiquei pensando se aquele comportamento poderia ser tomado como uma metáfora da postura daquela mulher em outras situações de sua vida, no trabalho, no amor. Estaria ela, assim, sempre pronta a reagir ao primeiro sinal de competição?
Tal pensamento me obrigou, então, a me perguntar sobre o quanto de aversão a qualquer disputa, por minha vez, poderia identificar em meu modo de reagir totalmente oposto ao dela, diante da mesma situação.
E, querendo ser sincera comigo mesma, não pude deixar de aventar a possibilidade de que, por trás da minha aparente recusa ao confronto de performances, pudesse se ocultar, de certa forma, espírito mais competitivo do que o dela. A me afastar de qualquer chance de perder, ainda que ao preço de também não ganhar.