“Independentemente da rapidez com que o PIB avança, um
sistema econômico que não consegue ganhos para a maioria dos cidadãos, e no
qual uma parcela crescente da população enfrenta cada vez mais insegurança, é
um sistema econômico falido. E são falidas políticas, como a de austeridade,
que aumentam a insegurança e baixam a renda e o padrão de vida de grande parte
da população.”
Pensando nisso, imagine um país no qual volta e meia surjam escândalos
envolvendo o partido do governo. E que, ali, a grande imprensa ajude a
investigar e a denunciar os grupos envolvidos em terríveis histórias de
corrupção que obviamente arrepiam todo cidadão de bem...
Logo, julgamentos e prisões (no mínimo desmoralizantes)
enchem as páginas dos jornais, e o governo sente que precisa amadurecer,
precisa vigiar mais e impedir que os enraizados costumes da prática política
nacional continuem. Até para não servirem de munição para a mídia
flagrantemente de oposição.
Afinal, está acima de tudo um grande projeto: transformar o
país em um lugar mais igual, distribuindo-se melhor as riquezas, até o ponto de
instituir-se impostos sobre as grandes fortunas, e permitir-se que o ônus por
uma sociedade melhor recaia também, e numa justa proporção, sobre os mais
ricos. Inclusive, revendo-se – até na própria carne, vejam só! – a questão da
Seletividade Punitiva.
Agora, imagine um país no qual a grande imprensa não se
interesse por divulgar em profundidade certas atividades do governo, simplesmente
porque ele representa os seus próprios interesses...
Nesse país, as Leis que sempre foram feitas, seja em seu
período colonial, seja durante a escravidão, seja durante a ditadura militar,
para proteger as elites, ao invés de passarem a ser cada vez mais elaboradas em
nome do bem geral, firmam-se como instrumento da manutenção do status quo,
sustentando, por exemplo, LEGALMENTE, em várias instâncias, a mesma e
inacreditável lógica dos derivativos negociados pelas Bolsas de Valores. Explorando,
expropriando e roubando até a dignidade dos cidadãos mais vulneráveis (vide a crise de 2008).
A tendência, então, nesse país, é que as cadeias continuem a
encher apenas de ladrões de galinhas.
Agora, pense: EM QUE PAÍS VOCÊ PREFERIRIA VIVER?