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terça-feira, 6 de setembro de 2011

CISNE NEGRO

Bela representação da luta travada na alma de uma jovem mantida refém pela controladora e invasiva mãe que, tendo outrora desistido da carreira seguida pela filha Nina, não hesita em culpar a maternidade por seu próprio fracasso.

Determinada a superar os limites nela apontados pelo diretor da nova e transcendental montagem de “O lago dos cisnes”, Nina enfrenta fantasmas que a levam quase a palpar o medo-limite de chegar a matar e/ou morrer em nome do sonho de tornar-se a bailarina perfeita para ele.

Mais do que um embate entre o bem e o mal, os cisnes branco e negro a serem encarnados pela bailarina acabam por representar sua busca por uma identidade integradora, que a possa libertar dos efeitos da mensagem contraditória e esquizofrenizante contida na voz de sua mãe: seja a melhor, mas jamais me supere.

A automutilação ( até que ponto? ) - além da incapacidade de manter uma vida sexual plena - foi a forma que Nina encontrou para, negociando com a confusa figura materna – cisão interna, não sucumbir.

Pelo menos não antes de alcançar a almejada glória.