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sexta-feira, 13 de agosto de 2010

E os pais, o que fazem?

Em artigo intitulado “E os filhos, o que fazem?”, publicado em O Globo de hoje, empresária do Rio de Janeiro, sob pseudônimo, faz um desabafo trágico diante da agressividade, da falta de limites e da ausência total de direção registradas no comportamento de colegas de seu filho - segundo ela, alunos de um dos mais bem conceituados colégios da zona sul carioca.

O fato, infelizmente, não espantará a maioria de nós, acostumados que estamos a ouvir histórias parecidas com a contada por “Vera Ferreira” em torno do vandalismo que teve lugar em reuniões organizadas por seu filho, em sua casa, para receber os filhos da nata de nossa sociedade.

Imagino que a empresária – ela indaga se os pais sabem o que fazem seus filhos -, na verdade, saiba que, pelo andar da carruagem, muitos deles não estão nem um pouco preocupados com isso, já que têm certeza de haverem juntado dinheiro suficiente para corromper pessoas e manipular a História sempre que se tornar necessário.

Ia dizer que talvez a pergunta devesse ser: “E os pais, o que fazem?”, mas certamente também para essa resposta o andar da carruagem nos acena com algumas opções: muitos deles estão tratando de interesses materiais, escusos ou não, e importando-se muito pouco com os reflexos de cada uma de suas ações sobre os demais seres humanos; estão preocupados em ganhar mais e em estar mais próximos do “poder”; estão cuidando da beleza e da prorrogação da juventude – que, segundo os valores que abraçam, precisam ser eternas; estão fazendo uso de drogas, legais ou ilegais, pois precisam anestesiar a consciência.

Em suma: estão servindo de exemplo.

Enquanto seus filhos ( leiam aqui “O Menino do Pijama Listrado” ) estão por aí, desafiando a sociedade; menosprezando pessoas e instituições; acreditando sinceramente não dever respeito a quem quer seja, uma vez que, a seus olhos, todo mundo pode estar representando a mesma farsa à qual estão cansados de assistir dentro de suas casas.