Arquivo do blog

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Gran Torino ( DVD )

Resisti um bom tempo ao “Gran Torino”.
A imagem do velhote metido a valentão veiculada pelos “trailers” não me atraía muito. Nem me parecia verossímil.
No entanto, ter de conciliar a escolha com amigos, não me deixou opção.
Surpresa: o filme deixa um saldo positivo.
O homem preconceituoso, ranheta, de péssimo relacionamento familiar e que vive bebendo cervejas e reclamando dos vizinhos... evolui.
Quanto mais dá vazão à própria humanidade, mais parece atormentado pelas lembranças de sua participação na guerra. Sua morte, ao final, parece reconciliá-lo principalmente consigo mesmo.
Um olhar mais profundo nos leva a compreender a história como um manifesto contra a xenofobia. A moral pode ser: amamos ou não amamos cada um apenas pelo que é em si mesmo. Pelo eco que, de alguma forma, encontra em nós.
Assim é que a herança deixada por “Clint” ao bom chinês, nada menos do que seu Gran Torino, automóvel de estimação e metonímia mesma da época em que os Estados Unidos foram ícone da indústria automobilística, sopra-nos uma espécie de oração em forma de utopia: aos mais sensíveis, o passado, o presente e o futuro, independente de sua origem ou classe social.
Amém.