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domingo, 9 de agosto de 2009

LANÇAMENTO DE "A JUÍZA"

Quando um ser humano sofre a injustiça em qualquer de suas formas direto na própria pele, tende a reagir basicamente de três maneiras:
1) voltando todo o seu ressentimento para aqueles que em algum momento lhes pareçam mais fracos do que ele próprio, e contra os quais passa a exercer, então, o papel de agente da injustiça. Até mesmo convencido de que é assim que o mundo funciona e pronto;
2) passando a se debater numa luta direta contra seu agressor, precisando acreditar que a justiça algum dia predomine. Ainda que o funcionamento de algumas engrenagens postas em movimento lhe sugira que, quando alguns interesses estão em jogo, o mais provável é que uma injustiça corrobore a outra. Sucessivamente;
3) passando a identificar-se com todo e qualquer vitimizado. Decidido a dar o melhor de si no campo de sua atuação no sentido de minorar os efeitos de um sistema que perversamente seleciona aqueles que deverão ser de alguma forma punidos. E punidos, algumas vezes, em função de verdades construídas em nome da vaidade daqueles que, de alguma maneira, em dados momento e lugar, representem o poder.

Àqueles que, ao refletirem, percebam-se afins com esse último modo de reagir, eu diria para não esperarem que a injustiça lhes venha bater à porta. Porque ela vai doer e talvez paralisá-los durante um bom tempo.
Por que não começarem agora mesmo a fazer valer essa humanidade que já lhes é predominante, e olhar em volta e para dentro, decididos a participar da construção de um mundo melhor para seus próprios filhos; decididos, no que for possível, a permanecer ao lado da JUSTIÇA em seu sentido mais amplo?
Pois são muitos os injustiçados por esse mundo afora. Sem falar no estereótipo daqueles que, dentre os que realmente praticam algum ato passível de punição, parecem ser escolhidos para o castigo, não são poucas as histórias que nos chegam dos que, nada tendo feito que os possa desabonar, são enredados e acusados e amordaçados e moralmente estuprados de maneiras diversas apenas, por exemplo, por dizerem o que pensam; por não se submeterem a qualquer tipo de jogo perverso ou simplesmente por trazerem estampada no rosto, sem qualquer disfarce, a sua fragilidade essencialmente humana.
Creiam, o sentimento da indignação surge forte quando nos sabemos capazes de calçar os sapatos alheios... E é dessa consciência ampliada que vemos surgir transformada em ação (ou, pelo menos, em não-ação), no nosso dia a dia, aquilo que antes jazia sobre nossos ombros sob o nome de impotência.

Nesse espírito, convido-os para o lançamento do livro “A JUÍZA”, no próximo dia 18, a partir das 18h, no Clube Central, Praia de Icaraí, 335, Niterói.
Obra de ficção, de um lado, aborda temas como o autoconhecimento, a espiritualidade, o amor e os melhores valores humanos, e, de outro, a injustiça (e o seu entorno ) sob algumas de suas roupagens.
Sem se localizar em um tempo ou espaço definidos, o romance pode ser visto, por exemplo, como um futuro a nos ameaçar, em vista da possibilidade de um agravamento daquilo que já se tornou realidade em nossos jornais diários.
Claro que a leitura de um livro é pessoal e intransferível. Sendo determinante para a formação de cada opinião a consciência, a experiência de vida do leitor e o seu próprio coração. Assim, “A Juíza”, como de resto qualquer romance, poderá ser mais atual ou futurístico, na exata medida da identificação de cada leitor com os seus personagens.
No mais, é contar com um narrador surpreendente, a conduzi-los, s e m p r e, com a melhor das intenções.
Espero por vocês lá!
SHEILA MARIA MADASTAVICIUS