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quinta-feira, 6 de maio de 2010

2012

Assisti a 2012 há algum tempo e ainda não me havia sentido disposta a escrever sobre o filme. Até que agora, após “Tudo pode dar certo”, percebo que a obra de Roland Emmerich também trata do “acaso”.

Com algumas das obras mais valorizadas pela humanidade, salvas juntamente com as criaturas escolhidas para ocuparem a Arca construída na iminência do final do mundo, estava um exemplar do livro de um escritor quase desconhecido. Simplesmente porque, por acaso, um dos organizadores daquela operação estava lendo o romance de John Cusack– e por sinal apreciando bastante sua leitura.

Aliás, as mais profundas lições das humanidade e igualdade necessárias à construção de um mundo melhor são trazidas para a história através desse livro, cujo autor e sua família, também por acaso, acabam impondo sua presença àquela “expedição”.

Para mim, em meio a todas aquelas cenas esperadas em filmes apocalípticos – algumas impressionantes -, o ponto alto fica por conta do instante em que, após interessante discussão, os operários responsáveis pela força braçal utilizada na construção da Arca são aceitos em seu interior. Mesmo ultrapassando a capacidade de lotação daquela nave.
O que a princípio seria a salvação das elites de todos os continentes ( alguém inclusive, no filme, contrapõe à ideia de darem passagem aos empregados o fato de que o financiamento de todo o projeto fora possível apenas por causa dos endinheirados ) acaba se tornando espécie de ensaio do mundo ideal imaginado por Cusack em seu livro, no qual a inclusão e o respeito a valores outros que não o capital acabam determinando as atitudes.

Ao final, passada a tempestade, ficamos sabendo que o futuro, como nosso passado, começa no continente africano.

Por acaso. Ou nem tanto.