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sexta-feira, 5 de junho de 2009

A REGRA DO JOGO - para quem viu

Um pouco cansativo.
Mas, a cada exibição, confirma sua decantada importância, principalmente tendo-se em vista a mensagem do filme, tão apropriada hoje quanto em 1939 - ano de seu lançamento.
Numa crítica severa, embora cômica, aos vários níveis da hipocrisia humana ( focando fatias da burguesia francesa e de seus empregados ), Renoir registra o quanto aqueles mais aparentemente afeitos aos manuais, códigos morais e sociais a serem seguidos são justamente os que, nas caladas das noites e das oportunidades, movidos por seus casuísmos viscerais, pisoteiam e transgridem quaisquer dessas regras.
Observando, a nossa volta, comportamentos tão iguais aos ali retratados ( não são poucos os "robôs" por cada um de nós conhecidos a repetirem seus textos decorados e sempre prontos a violá-los, desde que acreditem não ser descobertos ), acabamos por confirmar nossa teoria de que mover-se ética e moralmente dentro da sociedade só é verdadeiramente possível àqueles que escolheram o caminho do autoconhecimento, do desmascaramento, e da disposição para uma permanente e sincera discussão sobre valores ( consigo mesmos e com os outros ).
Ainda que isso implique assumir as incoerências inerentes ao simples fato de se ser um S E R H U M A N O.