O presidente do PSB no
Rio Gláuber Rocha, em relação ao declarado apoio de seu partido à candidatura
de Aécio Neves, afirmou:
“-A gente se posicionou durante todo esse processo eleitoral
como uma alternativa à polarização (PT X PSDB). A adesão não favorece a posição
adotada durante toda a campanha. É um erro histórico, que vai contra a
trajetória do partido.”
Eu diria ainda que esse erro histórico deixa claro que o que importa para uns muitos aí talvez seja o poder pelo poder...
Sinceramente, a própria discussão sobre a favor de qual candidato
os partidos derrotados (mas que obtiveram votação expressiva) irão se
posicionar no segundo turno é de dar ânsia de vômito!
Primeiro, porque seria muito mais correto que simplesmente
permitissem que cada um de seus membros escolhesse livremente a quem apoiar.
Segundo, porque seria bem menos hipócrita e mais coerente com
as diferenças fundamentais de cada partido não fazer acordos em torno de
cargos, em função de qualquer fração de um poder já nas mãos daqueles com os
quais diziam não comungar: o que o povo pode esperar de um e de outro lado?
Terceiro, porque trocar-se apoio por qualquer item que seja,
em se tratando de política, pode parecer, em certa medida, com os ditos
mensalões...
Mas, claro, pode ser que eu esteja errada, e que, nesse caso,
o costume possa, ou mesmo deva ser respeitado...
De qualquer forma, que enjoativo!, assistir a um Romário, que
provavelmente recebeu a maioria de seus votos vinda de fãs, eleitores de menor
poder aquisitivo, declarar apoio ao PSDB!
Talvez seja porque ele já se confunde com nossas elites...
Qual parte dos funcionários públicos que viram seus proventos engordarem nos
últimos governos petistas e, pensando ser “elite” só porque moram em casa
própria e viajam regularmente, votam em
partido que não deve demorar a congelar seus salários, ao mesmo tempo em que deverá
chamar de contenção de gastos públicos a progressiva diminuição do reajuste do
salário mínimo.
Se Marina, então, tiver a coragem (ou a covardia?) de
declarar apoio aos tucanos, tenho a impressão de que meu estômago dará um nó.
Ela, com tal gesto, poderá acabar com qualquer chance futura
de reunir o mesmo número – ou maior - de eleitores em torno de outra candidatura...
Pois tal atitude será uma decepção total, a nos falar do quanto estava errado o
Aécio ao afirmar que era ela o mesmo que o PT; a nos dizer, por outro lado, o
quanto estava certa a nossa presidenta ao acenar para a aproximação ideológica da
candidata do PSB com o PSDB.
Fim de carreira talvez para quem vem tentando apresentar uma
imagem à esquerda, a favor de movimentos sociais, a favor da Justiça Social...
E isso é tão assustador quanto assistir ao PV cair nessa desgraça
que deve ser para um partido tão simpático às causas humanas apoiar o
partido das elites brasileiras... Apenas para unir forças na tentativa de
derrubar o PT, com o qual, em algum momento, bateu de frente?
Palmas, então, para
Luciana Genro, para Marcelo Freixo e para outros tantos que sabem pesar suas
escolhas; que sabem que a cada momento corresponde um melhor possível. Para o
povo. Para o todo. E não para a vaidade de um partido ou de uma pessoa.
Enfim, a grande verdade é que quem parece mesmo com toda a
razão é a nossa presidenta Dilma que, apesar de educadamente não dispensar os
acordos costumeiros no segundo turno de qualquer eleição, lucidamente decretou:
“- Ninguém é dono do eleitor!”